Vocês sabiam que a industria de efeitos especiais está em crise?
Veja essa reportagem estraída do site da folha de São Paulo:
Hollywood vive crise no setor de efeitos especiais; produtora que levou o Oscar faliu
"Um filme com um jovem indiano atacando o vazio com um remo dificilmente ganharia o Oscar de melhor direção em 2013. Um terço de um transatlântico afundando em um tanque d'água não se transformaria em um dos maiores fenômenos de bilheteria da história --caso de "Titanic".
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E "Jack - O Caçador de Gigantes", blockbuster que estreia hoje nos cinemas do Brasil, teria cenas de ação com seu herói (Nicholas Hoult) lutando contra bolas de tênis.
As situações descritas são extremas, mas o alerta vermelho está aceso em Hollywood, que enfrenta uma grave crise no setor de efeitos visuais. Apesar da demanda crescente por parte dos estúdios, a concorrência se acirrou a ponto de derrubar cachês e margens de lucro dessas empresas, que têm alto custo.
Em setembro passado, a Digital Domain, fundada por James Cameron e responsável pelos efeitos de "Titanic", fechou as portas. Em janeiro, a Dreamworks Animation demitiu 350 pessoas.
Já a Rhythm and Hues, que venceu o Oscar de efeitos visuais neste ano por "As Aventuras de Pi", entrou com pedido de falência na mesma semana em que foi premiada.
Bill Westenhofer, supervisor de efeitos da empresa (uma das maiores do setor), até tentou alertar o mundo sobre a crise no segmento na cerimônia do Oscar, mas foi cortado abruptamente pela produção da festa com a música tema de "Tubarão".
Pior: ao receber o Oscar de melhor diretor por "As Aventuras de Pi", Ang Lee agradeceu até aos "construtores do tanque" do filme, mas deixou de lado os técnicos que desenharam 80% de seu longa.
O filme retrata um garoto (Suraj Sharma) aprendendo a conviver com um tigre -reproduzido digitalmente em quase todas as cenas- em um bote no meio de um oceano (ampliado por computador). "
PROTESTO
"Do lado de fora do Dolby Theatre, no qual ocorreu a festa do Oscar, 450 artistas visuais protestaram contra o sistema de trabalho dos grandes estúdios. Entre as reivindicações estão a criação de um sindicato e a participação nos lucros das produções.
Lee conseguiu enfurecer ainda mais os artistas quando, nas entrevistas pós-Oscar, disse que os "efeitos especiais poderiam ser mais baratos".
A declaração do cineasta deu origem a uma carta aberta de Phillip Broste, da Rhythm and Hues: "Foram precisos centenas de horas de artistas habilidosos e coordenadores para moldar os cenários e as performances de 'As Aventuras de Pi'. Seu dinheiro foi gasto nisso e, julgando pela noite que teve, foi uma barganha dos diabos".
Dias depois, o diretor respondeu tentando colocar panos quentes. "Quando a economia está bem, as empresas de efeitos visuais vão bem, porque existe dinheiro. Quando os tempos ficam ruins, é provável que elas peçam falência", afirmou Lee à Folha.
"Sei que é difícil fazer um trabalho artístico, mas espero que esse negócio custe menos e seja mais artístico e respeitado. Seria um sonho."
Para Tim Squyre, montador de "As Aventuras de Pi", o setor de efeitos especiais precisa encontrar um modelo de negócio que funcione. Hoje, uma empresa fecha um contrato com valor fixo -mesmo que filme renda US$ 600 milhões (R$ 1,2 bilhão), como "As Aventuras de Pi".
A competitividade acirrada entre as produtoras leva a um leilão às avessas nos bastidores: leva o projeto quem oferecer o menor orçamento.
"As companhias precisam operar como negociantes de verdade e parar de passar a perna umas nas outras", diz Scott Squires, um dos organizadores do protesto no Oscar."
"PROTECIONISMO
Outro ponto que incomoda o segmento nos EUA é a estratégia de países como Nova Zelândia (sede da empresa que fez "O Senhor dos Anéis") e Canadá, que oferecem incentivos fiscais para atrair produções hollywoodianas.
"Nenhum trabalho que deixe os EUA, principalmente nesta época, será bem visto, a não ser que o outro país esteja financiando o longa", afirma o designer de produção Neville Page ("X-Men").
Page veio ao Brasil para a inauguração da Axis, escola de efeitos visuais que surge da parceria entre a brasileira Saga e a americana Gnomon.
Para ele, a internacionalização não resolve problemas do setor. "O Brasil está com uma economia diferente dos EUA e custa menos fazer efeitos aqui. Mas os estúdios sempre buscarão lugares mais baratos. É um ciclo vicioso."
fonte: www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1253944-hollywood-vive-crise-no-setor-de-efeitos-especiais-produtora-que-levou-o-oscar-faliu.shtml
Pois é minha gente, nem tudo em hollywood são flores. Vamos ver como vai ficar daqui pra frente.
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